sábado, 14 de dezembro de 2013

seguro tua fragilidade e tua inocência na palma da mão
delicadamente
como se segura uma pétala de rosa.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

tenho uma bolsa de moedas
e treze bilhetes de apostas.
não me dê as costas!
aceite essa partilha,
economiza nosso amor.
não faça troça!

olha, preciso que escute um segredo mortal
sonhei com teu sorriso perto do ponto final
e com um abrigo no gramado
tudo já montado, pra você me encontrar.

sei que pareço estar um pouco afobado
nem cantou o galo!
mas é que eu preciso
te contar a minha dor.
e espero uma resposta.

cara, acredito que queira me esperar no portão
mas você está partindo meio que na contra-mão
fique com os beijos já roubados
agradeça o Caco
e te espero por lá.

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

o despetalar de Janie Junkie

ainda que cresça, 'meu bebê'
e que suas pétalas inevitavelmente sequem
seu perfume, 'minha flor'
se espalhará por todo os cantos
quando desfolhar-se.

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

tiro a roupa para a roupa

com asas abanando enfim
passou por todas as cidades que já sonhou em estrar
desnudo, enfim
percebeu seus iguais

as asas só aparecem quando assumidas
belas e coloridas
e todas as roupas são só lembranças

você se lembra de ontem a noite?
eu me lembro quando nossas vergonhas passaram a ser
orgulho.

e todas as roupas, frescas, cheirando à lavanda
penduras em lençóis
eram apenas antigos sonhos
esperando ser vestidos
para serem realizados.

- mas é que sem roupas posso experimentar todos os futuros
sendo agora.

- é que sem roupa entendo o que vim fazer
da mesma forma que vim sem roupas pela primeira vez.

- é que sem roupa consigo ver
toda carne que hesitei em comer.

- é que em cada carne posso ver
um pedaço da carne que eu queria ser;














-paco

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

há um barco que nunca chega ao porto
repleto de doidas damas-da-noite

passam ao longe
o perfume trazido pela ressaca
as pétalas comidas pela maré:

os dentes da Lua.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

quarta-feira, 26 de junho de 2013

voz primitiva calada;


todas as janelas estão fechadas.

pela tua poesia;

pela paixão à duvida
eis o questionamento:
será medo do arrepio
ou da incerteza do silêncio?
não há diferença!
minha energia
nasce na persistência.
na ansiedade de engolir
tua presença;


exercício proposto em sala de aula, onde todos fizeram um texto/poesia utilizando as mesmas palavras.

domingo, 23 de junho de 2013

sexta-feira, 7 de junho de 2013

não sei se te espero por amor
ou por pena
mesmo que tente me convencer que sou dor
sei que no fundo sou pequena.

de corpo aberto pela língua ainda espero
mesmo que me diga o que não quero
de ventre aberto acolho a chama
a arder no peito que te clama

pela voz da rosa
na grama!
pelo despetalar que deita na cama.

sábado, 1 de junho de 2013

que esse beijo meu
faça de mim o beijo seu.

e juro flores em nossa morada
e juro a beleza da rosa roubada
faço do meu o peito que ama
e faço da noite a nossa cama.


segunda-feira, 27 de maio de 2013

e arrumo a casa pra fingir não ser desleixado
preparo aromas, escolho sabores
tudo no seu lugar pra sua chegada
tudo  meticulosamente pronto pra que eu feche os olhos mais uma vez
e espere sentado, com seu sorriso, na varanda, por sua visita.





"e o verso a cada noite se fazendo de tua sábia ausência"
h. hilst
é melhor construir sonhos do que se entregar à pesadelos.
sejam feitas as nossas vontades.
e pela tua falta de palavras
faço poesia com seu sorriso
e com a lembrança do seu toque.

domingo, 26 de maio de 2013

e os dedos me perguntam: serão poesias de amor ou de dor? 



lembre-se que nós sabemos rimar muito bem as duas.

domingo, 5 de maio de 2013

uma célula de celulose no seu celular

uma sélula de seluloze no céu selular

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013


e então ela chegou e me deu um dos abraços mais apertados que ela já pode me dar. Assim, de supetão.

- O que foi?

- Nada.

O sorriso junto as lágrimas desmentia a tristeza. Olhei fundo nos olhos dela, iluminado apenas pela luz dos postes lá de fora. E ouvi, sem boca dizer palavra, todas as vezes já ditas e não ditas.

- eu também te amo, respondi.














para minha mãe.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

não é por me faltar palavras que não escrevo mais.
é por não ter mais ninguém.