sábado, 31 de dezembro de 2011
quinta-feira, 22 de dezembro de 2011
Qual o ponto que ainda atinjo em você?
Os pés?
Você rasgou os louros e vendeu sua coroa.
Esqueceu-se de esperar por mim no fim dos corredores do Labirinto das Aflições, e eu confiei demais em ti para não deixar os pedaços de pão pelo caminho de volta. Entrei em ti sem saber a profundidade, mergulhei sem prender ar suficiente.
Quando foi que separamos os cômodos, que eu não percebi? Não me parece muito tempo. A marca da sua cabeça ainda está no travesseiro.
Nasceste em mim como prosa e poesia. Tornou-se música e melodia perfeita.
Morreste em mim como assovio.
Mas ele ainda resiste, ele ainda respira, ele ainda sopra.
terça-feira, 29 de novembro de 2011
eis aqui a caixa das palavras proibidas
relicário
guardado dentro de olhos apertados
eis aqui, na palma da mão, a caixa de movimentos proibidos
cárcere
O corpo em laço apertado, o corpo em aperto submisso
eis aqui, deitado sobre o colo, a caixa dos apertos contidos
espaços
os dedos procurando o pelo, lambendo a pele
eis aqui, aberta, a caixa das palavras proibidas
desconexas
Três "eu te amo" seguidos.
relicário
guardado dentro de olhos apertados
eis aqui, na palma da mão, a caixa de movimentos proibidos
cárcere
O corpo em laço apertado, o corpo em aperto submisso
eis aqui, deitado sobre o colo, a caixa dos apertos contidos
espaços
os dedos procurando o pelo, lambendo a pele
eis aqui, aberta, a caixa das palavras proibidas
desconexas
Três "eu te amo" seguidos.
"Não lhe peço nada, mas se acaso você perguntar: Por você não há o que eu não faça! Guardo inteira em mim a casa que mandei, um dia, pelos ares! E a reconstruo em todos os detalhes intactos e implacáveis. Eis aqui: bicicleta, planta, céu, estante cama e eu. Logo estará tudo no seu lugar. Eis aqui: chocolate, gato, chão, espelho, luz, calção no seu lugar, pra ver você chegar"
Adriana Calcanhoto & Antônio Cícero - Pelos Ares
quarta-feira, 16 de novembro de 2011
quinta-feira, 10 de novembro de 2011
terça-feira, 8 de novembro de 2011
caminhamos sobre os corpos que compunham a Estrada da Noite
aos tropeços, colhendo ervas.
carregamos a luz do desespero no colo, derrubando pétalas pelo chão.
olhos vermelhos que não julgavam nada e
apenas riam
dos belos anjos que nos tornávamos.
corpos semi nus em busca da água
nos acolhendo em abraços.
nós chegamos ao fim do túnel
e a luz não era o céu!
era um espelho.
somos a geração sem amanhã, bebe.
e levamos sempre um copo de Ginsberg nas mãos.
aos tropeços, colhendo ervas.
carregamos a luz do desespero no colo, derrubando pétalas pelo chão.
olhos vermelhos que não julgavam nada e
apenas riam
dos belos anjos que nos tornávamos.
corpos semi nus em busca da água
nos acolhendo em abraços.
nós chegamos ao fim do túnel
e a luz não era o céu!
era um espelho.
segunda-feira, 24 de outubro de 2011
Bilhete #5
(Para a carta que não respondi porque fingi não ter lido.)
Não importa que você não venha.
Vou continuar esperando, noite após noite. Você deve ter seus motivos!
Pelo menos essa espera me dá o que pensar toda noite. E cada noite eu finjo que tenho certeza que você vem no dia seguinte.
Porque eu preciso de um motivo pra ficar acordado, de qualquer forma.
(Para a carta que não respondi porque fingi não ter lido.)
Não importa que você não venha.
Vou continuar esperando, noite após noite. Você deve ter seus motivos!
Pelo menos essa espera me dá o que pensar toda noite. E cada noite eu finjo que tenho certeza que você vem no dia seguinte.
Porque eu preciso de um motivo pra ficar acordado, de qualquer forma.
sábado, 1 de outubro de 2011
numa ilha perdida em algum lugar cá dentro
ainda podemos cantar no festim do luar.
dance sobre a maré com a garrafa de uísque.
deixe a espuma abraçar os seus pés.
grite junto com os fogos.
põe o colar de conchas, beije os lábios da lua, atrase o seu relógio...
só morreremos na primavera.
na bruma sobre o cais assassine os teus panos.
envolvidos pela fumaça,
nós podemos voar.
dance sobre a maré com a garrafa de uísque.
arborize meu tronco com tua rosa explícita.
ainda podemos cantar no festim do luar.
dance sobre a maré com a garrafa de uísque.
deixe a espuma abraçar os seus pés.
grite junto com os fogos.
põe o colar de conchas, beije os lábios da lua, atrase o seu relógio...
só morreremos na primavera.
na bruma sobre o cais assassine os teus panos.
envolvidos pela fumaça,
nós podemos voar.
dance sobre a maré com a garrafa de uísque.
arborize meu tronco com tua rosa explícita.
quinta-feira, 29 de setembro de 2011
terça-feira, 27 de setembro de 2011
sexta-feira, 22 de julho de 2011
O mal das flores.
Olhava feliz, da janela do meu quarto, para o meu jardim bem cuidado.
- Moço? quantos mal me queres existe em uma única flor?
Parei um instante. E a resposta me parecia mais que natural.
- O miolo todo.
As flores vibraram e soltaram seu pólen contra as lágrimas da garota, que via o sentido brotatem nos olhos.
Brotarem como rosas.
E milhões de flores derrubaram suas pétalas pelo jardim, em concordância.
Limpo de cores, pude ver o caminho de miolos pisoteados pelos seus pés.
euflorvocêespinho.
[Inspirado numa conversa com a @ixefu. Obrigado! :) ]
Olhava feliz, da janela do meu quarto, para o meu jardim bem cuidado.
- Moço? quantos mal me queres existe em uma única flor?
Parei um instante. E a resposta me parecia mais que natural.
- O miolo todo.
As flores vibraram e soltaram seu pólen contra as lágrimas da garota, que via o sentido brotatem nos olhos.
Brotarem como rosas.
E milhões de flores derrubaram suas pétalas pelo jardim, em concordância.
Limpo de cores, pude ver o caminho de miolos pisoteados pelos seus pés.
euflorvocêespinho.
[Inspirado numa conversa com a @ixefu. Obrigado! :) ]
terça-feira, 7 de junho de 2011
sexta-feira, 15 de abril de 2011
meus olhos choram a madrugada.
as lágrimas escorrem entre os dedos
como areia fina.
houve linguagem,
mas linguagens gastam.
vê as rachaduras nas palavras?
houve silêncio,
mas o silêncio não se entende.
vê quanta dor muda?
vê como a cor muda?
ouve como o silêncio grita?
há ausência!
meus olhos choram a madrugada.
de noite, você me dói.
as lágrimas escorrem entre os dedos
como areia fina.
houve linguagem,
mas linguagens gastam.
vê as rachaduras nas palavras?
houve silêncio,
mas o silêncio não se entende.
vê quanta dor muda?
vê como a cor muda?
ouve como o silêncio grita?
há ausência!
meus olhos choram a madrugada.
de noite, você me dói.
terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
sábado, 29 de janeiro de 2011
sexta-feira, 21 de janeiro de 2011
Encontrei Os Incendiários na calada da noite com chamas nos olhos, iluminando quadras sombrias que, na manhã, serviu para diversão de narizes que escorriam. Sentamos em círculo para dar as mãos e sussurrarmos nossos mantras. Acendemos nossos pulmões e falamos sobre os anjos indianos da forma mais libertária possível. Eu tinha saudades de papos tão abertos e tranquilos. Munidos da beleza doce e invisível, falamos incansavelmente.
Voltei para casa com os lábios saciados de palavras.
Voltei para casa com os lábios saciados de palavras.
segunda-feira, 17 de janeiro de 2011
Bilhete #1
Querida Jane Junkie.
Comprei meia garrafa de vinho essa tarde que me lembrou a cor dos seus olhos e o cheiro do seu perfume. Registrei tudo isso no fundo da minh'alma e fui devastado por um punhal de saudades. Guardei a garrafa pra te esperar. Eu sei que quanto mais velho o vinho, melhor ele fica, mas nós não temos tempo para envelhecer. Te espero de janelas abertas e olhos fechados.
Te carinho.
kerouac (não o jack, o eu);
[ou o seu LeeRay, se preferir]
PS: O vinil "Burguesia", do Cazuza, nos espera ruidosamente.
Querida Jane Junkie.
Comprei meia garrafa de vinho essa tarde que me lembrou a cor dos seus olhos e o cheiro do seu perfume. Registrei tudo isso no fundo da minh'alma e fui devastado por um punhal de saudades. Guardei a garrafa pra te esperar. Eu sei que quanto mais velho o vinho, melhor ele fica, mas nós não temos tempo para envelhecer. Te espero de janelas abertas e olhos fechados.
Te carinho.
kerouac (não o jack, o eu);
[ou o seu LeeRay, se preferir]
PS: O vinil "Burguesia", do Cazuza, nos espera ruidosamente.
Eu sou toda a revolta que vive no seio dessa cidade morta
toda dor que existe no esqueleto da flor
todo medo que assombra os olhos alucinados das almas noturnas
todos os gritos de orgasmo das fêmeas que carregam um punhal no ventre.
Eu vejo todos os projetos de adultos
caídos na sarjeta, rastejando
procurando acalmar seu tédio de copo em corpo
Sujando-se na lama das mentes de deuses de concreto.
Crianças rindo sem parar, com os pés descalços
perdidos na noite dançando em corpos desfeitos
moldando seus novos corpos em forma abstrata
dançando com sangue escorrendo ao ritmo de jazz
Misturando-se aos latidos de cachorros loucos
Que desesperados, tentar afugentar a lua que cresce a cada minuto
Tentando destruir essa noite que não passa.
Essas horas que não acabam.
Essas loucuras que não acabam.
A bebida que não acaba.
O peyote que não acaba.
nãopassanãoacabanãopassanãoacaba.
- Vamos Jhon, sua bixa velha, encha de uma vez esse copo. A noite é uma prostituta implorando pra ser fodida.
toda dor que existe no esqueleto da flor
todo medo que assombra os olhos alucinados das almas noturnas
todos os gritos de orgasmo das fêmeas que carregam um punhal no ventre.
Eu vejo todos os projetos de adultos
caídos na sarjeta, rastejando
procurando acalmar seu tédio de copo em corpo
Sujando-se na lama das mentes de deuses de concreto.
Crianças rindo sem parar, com os pés descalços
perdidos na noite dançando em corpos desfeitos
moldando seus novos corpos em forma abstrata
dançando com sangue escorrendo ao ritmo de jazz
Misturando-se aos latidos de cachorros loucos
Que desesperados, tentar afugentar a lua que cresce a cada minuto
Tentando destruir essa noite que não passa.
Essas horas que não acabam.
Essas loucuras que não acabam.
A bebida que não acaba.
O peyote que não acaba.
nãopassanãoacabanãopassanãoacaba.
- Vamos Jhon, sua bixa velha, encha de uma vez esse copo. A noite é uma prostituta implorando pra ser fodida.
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