terça-feira, 29 de novembro de 2011

eis aqui a caixa das palavras proibidas
relicário
guardado dentro de olhos apertados

eis aqui, na palma da mão, a caixa de movimentos proibidos
cárcere
O corpo em laço apertado, o corpo em aperto submisso

eis aqui, deitado sobre o colo, a caixa dos apertos contidos
espaços
os dedos procurando o pelo, lambendo a pele

eis aqui, aberta, a caixa das palavras proibidas
desconexas
Três "eu te amo" seguidos.






"Não lhe peço nada, mas se acaso você perguntar: Por você não há o que eu não faça! Guardo inteira em mim a casa que mandei, um dia, pelos ares! E a reconstruo em todos os detalhes intactos e implacáveis. Eis aqui: bicicleta, planta, céu, estante cama e eu. Logo estará tudo no seu lugar. Eis aqui: chocolate, gato, chão, espelho, luz, calção no seu lugar, pra ver você chegar" 
Adriana Calcanhoto & Antônio Cícero - Pelos Ares

Nenhum comentário:

Postar um comentário