terça-feira, 29 de novembro de 2011

eis aqui a caixa das palavras proibidas
relicário
guardado dentro de olhos apertados

eis aqui, na palma da mão, a caixa de movimentos proibidos
cárcere
O corpo em laço apertado, o corpo em aperto submisso

eis aqui, deitado sobre o colo, a caixa dos apertos contidos
espaços
os dedos procurando o pelo, lambendo a pele

eis aqui, aberta, a caixa das palavras proibidas
desconexas
Três "eu te amo" seguidos.






"Não lhe peço nada, mas se acaso você perguntar: Por você não há o que eu não faça! Guardo inteira em mim a casa que mandei, um dia, pelos ares! E a reconstruo em todos os detalhes intactos e implacáveis. Eis aqui: bicicleta, planta, céu, estante cama e eu. Logo estará tudo no seu lugar. Eis aqui: chocolate, gato, chão, espelho, luz, calção no seu lugar, pra ver você chegar" 
Adriana Calcanhoto & Antônio Cícero - Pelos Ares

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Os Sábios Dizeres de Dona Lourdes #3

"Foi uma paixão louca, violenta. 'Fiquemo' naquele tiro perdido num beco sem saída" 


D. Lourdes, sobre seu primeiro amor.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Os sábios dizeres de Dona Lourdes #2


A gente tá aqui, a gente tenta, né. Tenta sê forte e ficá em pé! mas tem sempre um barranco, e minhas perna não presta nem mais pra sambá

Os sábios dizeres de Dona Lourdes  #1


- Esse negócio de política é igual café! Um gosta do Nescafé, outro gosta do Pilão, num é?

- E a senhora, Dona Lourdes, qual a senhora prefere?

- Eu prefiro é um Velho Barreiro!

terça-feira, 8 de novembro de 2011

caminhamos sobre os corpos que compunham a Estrada da Noite
aos tropeços, colhendo ervas.
carregamos a luz do desespero no colo, derrubando pétalas pelo chão.

olhos vermelhos que não julgavam nada e
apenas riam
dos belos anjos que nos tornávamos.
corpos semi nus em busca da água
nos acolhendo em abraços.

nós chegamos ao fim do túnel
e a luz não era o céu!
era um espelho.


somos a geração sem amanhã, bebe.
e levamos sempre um copo de Ginsberg nas mãos.