De todas as flores no campo, colhi a mais adornada de espinhos. A dor pungente de cravejar o belo, aperto-a com força entre os dedos pra não perder seu perfume.
Rego com sangue o solo da próxima Primavera.
Eu gosto de você. Talvez mais do que seria sensato gostar. Mais do que é permitido. Além do profano, dos lençóis, e além do que escondo apertado na palma das mãos. Te amo como o amor que devoto aos astros: sem explicação, sem sentido, mas ainda assim amor. Amor pelo vesúvio sobre meu corpo, o cataclismo em meu ossos. Amor dos olhos da Lua e dos deltas de Vênus.
Te beberia dois oceanos pra lhe colher os Peixes.