quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

se nosso amor fosse palpável todo mundo tinha tentado dar uma mordida.







fruta vermelha suculenta sangrando

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

semeando os beijos de outras bocas,
fundindo em quimera os toques de outros tais.
ensaiando gritos de outras almas,
revelando os dizeres afundados em mares e lamaçais.
plantamos o desejo de nossos laços,
colhemos o desabafo de dores animais.
vagamos por silhuetas de homens e bestas,
falamos pelas bocas de máquinas celestiais.

mas agora, amigo querido, apenas esqueça
do mundo, do tudo, do morro, do cais.
façamos do que é vasto nossa lama,
façamos do que é asco nossa paz.

e com a língua afiada de amarguras
escorregue em minha cama, dê nós em meus lençóis.
teça no tapete a loucura,
sob fios dourados do sol que escapa os vitrais
e esquenta nossos corpos nestes arfares matinais.
e na hora de contar-me os teus segredos
me cole num beijo, entre tuas coxas abissais.

ignore o nojo de nossas almas.
crave em minha carne os teus dentes, Canibal.
e quando eu for chorar minhas doçuras,
acaricie meus cabelos no teu colo maternal.
e quando eu for chorar minhas doçuras,
afague meus cabelos no teu colo maternal.





poema bordado por Erick e Lucas Vieira

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Minha alma mendigando em farrapos, com a cara ralada na sarjeta, por pouco do seu carinho gratuito, no último lugar da fila.



"Desculpe, estamos esgotados por hoje."

Fecha a porta e vai dormir.
minha febre sufocada pela merda do seu travesseiro
e suas plumas escancarada aos olhos de todos os outros!

eu tenho ficado aqui, dentro da palma da sua mão bem apertada, pra ninguém ver.

Mas pra doer menos eu finjo que é porque você não quer dividir nem um pedacinho meu pra outro par de olhos.