domingo, 1 de julho de 2012

"e eu não beijei todas as bocas"



é do tronco das laranjeiras que escorre o elixir
é a beleza de silenciar os poetas.


não me defino como uma garota ingênua não. é as coisas são assim... eu estava bem até ele me tirar o sono... estava centrada até começar a questionar porque era sempre ele. 


era ele.


tinha a madeira do peito talhada num buraco fundo
lhe corroía a madeira como cupim, me alimentava do corpo dele
me aquecia no pó da serra que se formava a noite.
era bonito por trás dos galhos
me punha o cheiro do musgo pelo corpo todo, me repousando cansada no travesseiro.
me enrolava os cabelos...


mas também envergava e apodrecia.


só os amantes de ontem sabem dos lábios que deixaram passar
só os amantes de ontem assumem que, na verdade, se arrependeram de tudo que fizeram.
só os amantes de ontem não amam mais o amanhã...


- amanhã, cara, amanhã.



tem muita bobagem pra se escrever ainda. muito poeta perdido por aí que esconde as páginas dos outros por medo. eu mesmo não costumo escrever muito, mas agora é por causa dela.


era ela.

indescritível por inteira, dona do mundo.
viva, adolescente, apaixonada.
de olhos fechados para todos os outros pares de olhos que não aqueles verdes.
ignorante aos meus conselhos
fria aos meus toques
fria pra se adequar ao orvalho.


e quando as rugas lhe tocarem as faces, não chore.
não há mais tempo pra chorar.

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