terça-feira, 18 de março de 2014

o homem

realiza poemas com seus dedos maquinais
encontra zona de conforto nas vias intestinais
mora dentro de si
seus olhos biomecânicos não suportam luz
a pele do homem não sente toque
oferece seus beijos por conectores atrás da nuca
enfia o dedo e troca dados
o cérebro do homem está conectado numa redoma de vidro,
intacto
quase não se mexe
federia se pudesse

o homem

o coração do homem já não precisa mais de oxigênio
o homem está finalmente livre e
procura por deus nos veias digitais.


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