terça-feira, 19 de agosto de 2025

o tempo de uma vida em uma noite.

 (ao que parte);


as iniciais talhadas no mogno estavam desgastadas pelo tempo. um pequeno mas bonito musgo, verde cintilante, crescia por entre as pequenas rachaduras do corpo. 


seus dedos desentrelaçaram dos meus, e eu me despedi do mundo. 


no bolso, a pequena caixa dos mistérios trocados, arrumados com carinho. uma coleção de palavras doces, uma fotografia dos seus olhos e três beijos, pra usar quando a saudade estrangular o peito.


Fomos cada estrela desse céu. 

matamos dragões,

construímos em barro o alicerce de nossa casa

e florimos com sangue nosso jardim.


e eu te amei até o osso! 


quando sua boca desencontrou da minha,

choveu. nos soterramos em argila e sonhos.


entre os escombros,

de malas prontas, nos passo um café.

sexta-feira, 17 de janeiro de 2025

o caso é que, como Capricórnio,
criei vínculos com todas as estradas
em que passei.
cada pedra rolada dão firmamento.

há pedaços de mim 
por cada cidade que morei.
gostaria de ocupar todos os espaços ao mesmo tempo,
clepsidra distribuindo as horas.

re-
beijar cada boca,
dormir cada cama,
moer cada vida.