terça-feira, 19 de agosto de 2025

o tempo de uma vida em uma noite.

 (ao que parte);


as iniciais talhadas no mogno estavam desgastadas pelo tempo. um pequeno mas bonito musgo, verde cintilante, crescia por entre as pequenas rachaduras do corpo. 


seus dedos desentrelaçaram dos meus, e eu me despedi do mundo. 


no bolso, a pequena caixa dos mistérios trocados, arrumados com carinho. uma coleção de palavras doces, uma fotografia dos seus olhos e três beijos, pra usar quando a saudade estrangular o peito.


Fomos cada estrela desse céu. 

matamos dragões,

construímos em barro o alicerce de nossa casa

e florimos com sangue nosso jardim.


e eu te amei até o osso! 


quando sua boca desencontrou da minha,

choveu. nos soterramos em argila e sonhos.


entre os escombros,

de malas prontas, nos passo um café.