não se agitaram.
senti a estranheza
da falta do gelo nos lábios,
do farfalhar de alegrias do encontro com a primavera,
do cheiro de capim molhado entre os dedos.
as borboletas que outrora viveram ali
não se anteciparam a subir pela garganta,
nem escancararam a boca abrindo espaço para ir de encontro com seu curto tempo de liberdade.
permaneceram imóveis como se ainda fosse inverno.
não se atiçaram com a rosa ofertada,
nem salivaram em beber o mel.
as borboletas que outrora viveram ali
deixaram ovos que desabrocharam em novas lagartas
mas, mesmo famintas, ignoraram a comida ofertada.
Esperam fazer-se lindas à uma nova temporada de flores.
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